Série Museus: Museu Nacional de História Natural

 


Bom Dia!

     Falar do Museu Nacional de Hisória Natural e sua importância para o Brasil é indiscutível. Uma perda significativa, quando ocorreu o incêndio em 2 de setembro de 2018. Visitei o Museu um ano antes em 2017 e pude fazer uma visita ao mesmo que tinha na época um acervo incrível. A boa notícia que a reforma deve ser concluida em 2026, mas parte da estrutura  deve ser inaugurada em 7 de setembro de 2022, quando se comemora os 200 anos da idependência do Brasil. Localizado no interior do parque da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Sendo residência da famíia Real portuguesa entre 1808 a 1821, também abrigando aa famíla Imperial brasileira entre 1822 até 1889, sediando também a primeira Assembléia Constituinte Rebuplicana de 1889 a 1891. Posteriormente destinado ao museu, em 1892. Antes conhecido como Museu Real, fundado por D. João VI em 6 de junho de 1818 sendo inicialmente instalado no campo de Santana. 

     Sendo que desde 1938 era tombado pelo IPHAN (Instituto do Patromônio Histórico e Artístico Nacional), sua criação vinha a atender a necessidade de promover o progresso socioeconômico do país na área da educação, cultura e ciência. Tanto que no século XIX, foi considerado como o mais importante museu do gênero da Américaa do Sul. No ano de 1946 foi incorporado à Univercidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Um acervo de mais de 20 milhões de itens. Na época que visitei o museu notava-se claramente a riqueza, quantidade e qualidade dos itens, que relamente denota  a sua importâancia. Dividindo-se em coleções : geologia, paleontologia, botanica, zoologia, antropologia biológica, arqueologia e etnologia. Um dos destaques foi a exposição de um dos mais antigos esqueletos das américas, por nós conhecido como Luzia. Possuindo uma das maiores bibliotecas de ciências naturais do país 470 mil volumes e 2400 obras raras. Sendo base para varias atividades acadêmicas que são desenvolvidas em todo o território brasileiro e no mundo. Oferece  cursos de extenção, especialização e pós-graduação em diversas áreas. Além disso com disersas exposições temporárias, atividades educacionais voltadas ao público. Administra o Horto Botânico. Só por isso da para se perceber a grande importância do Museu. E a  grande perca inestimável quando ocorreu o incêndio.  


                                                              O Incêndio

     Na noite de 2 de setembro de 2018, foi marcada por um momento trágico, pois ocorreu um incêncio de grandes proporções, que atingiu a sede do Museu Nacional, destruindo a quase  totalidade do acervo em exposição, uma perda lastimável não so para Brasil, mas também o Mundo. entre as percas, registros e dialetos de cantos indígenas de comunidades que já são extintas. Além do predio que abriga o Museu, ficou bastante danificado com rachaduras e desabamento do teto. Havia rumores sobre a hipótese de incêndio criminoso, mas após o inquérito da Polícia Federal, o mesmo foi causado por um ar condicionado no auditório Roquette Pinto, no primeiro andar. Descartando a hipótese de incêndio proposital. Na época o governo de Portugal enviou uma nota oficial, onde externava grande tristeza pela perda do acervo. Mas as causas remontam desde 2014 quando com sucessivos cortes de orçamento o governo deixou de enviar os 520 mil reias anuais de verba para manutenção, tanto que no ano de 2018 o Museu passou a receber uma verba aquém do necessário no valor de 54 mil reias. Como consequancia a edificação apresentava sinais de degradação, com paredes descascadas e fios expostos. Várias salas fechadas por falta de conservação. Uma destas salas que foi responsável por montar a réplica de um dinossauro de grande porte feita no Brasil. teve que ser fechada por estar infestada de cupins. 

     No ano de 2019 o museu teve uma verba de 85,4  milhões de reias para uso nas obras de recuperação do acervo e infraestrutura. Verba esta que ocorreu após a repercussão do incêndio  e manifestações denunciando o descaso do governo.


                                                                História

    Como havia dito sua história remonta ao Museu Real, fundado por D. João VI em 1818, com objetivo de estimular o conhecimento científico do Brasil. Abrigando coleções de materiais botânicos, de animais empalhados, de minerais, de numismática (estudo de cédulas, moedas), de obras de arte e máquinas. Sua primeira sede ficava no Campo de Santana, no centro do Rio . Havendo um grande impulso na pesquisa naturalista após o casamento de D. Pedro e Maria Leopoldina. Onde muitos naturlistas europeus vieram para o Brasil trabalhando para o museu, com a contribuições de pesquisadores que fizeram muitas expedições pelo país. Onde houve um enriquecimento na coleção de exemplares naturais e etnológicos da instituição. Com a regência de D. Pedro II, que era um entusiásta do conhecimento científico, aliado ao interesse público europeu. O Museu passou a investir em antropologia, paleontologia e arqueologia. O própio imperador contribuiu para com diversas peças entre elas havia arte egípcia, fósseis e exemplares botânicos. Ao longo de suas viagens. Fatos que contribuiram e muito para o notável acervo do Museu e sua grande importância nas Américas em história natural e ciências humanas. 

     Outro marco histórico do Museu foi quando recebeu o meteorito do Bendegó, encontrado em 1784 no sertão da Bahia. 


     Com a expanção e a grande quantidade do acervo era necessário abrigar o Museu num local maior. E quando ocorreu a República e a deposição do Imperador em 1889. Onde os republicanos queria apagar as marcas do Império onde um deles o Paço de São Cristóvão, que após a república foi desocupado. E que  passou a ser a sede oficial do Museu. e em 1946 passou a ser administrado pela UFRJ. 





                                                        O seu Acervo

  Com mais de 20 milhões de itens catalogados, pode-se concluir que é uma coleção  de peso.  Não atoa que era detentor do maior acervo de história natural e antropologia da América latina. O Museu era dividido de acordo com as suas várias áreas de estudo, tais como: ciências naturais (geologia, paleontologia, botânica e zoologia) e antropologia (antropologia botânica, arqueologia e etnologia). Coleções iniciadas ainda no século XVIII. Ao longo de 2 séculos só se amplou com doações, permutas, coletas e escavações. Tanto que o que era exposto, por volta de 3 mil objetos que estavam em exposição permanente, eram apenas uma amostra da sua grandiosidade.

     Áreas como Ciência da Terra, que possuia cerca de 70 mil itens, com os núcleos de paleontologia, mineralogia, petrologia(ramo da geologia que trata da origem, ocorrência, estrutura e história das rochas) e meteorística. Com objetos coletados em diversas partes do Brasil e do Mundo. 

     A meteorística merece um capítulo a parte, pois o Museu Nacional possui a maior coleção de meteoritos do Brasil, cerca de 62 peças. Estes corpos celestes provenientes do meio interestelar  são basicamente divididos em três grupos que são: aerólitos (que são rochosos), sideritos (os metálicos) e os siderólitos (uma mistura de rocha e metal). Algumas peças se destacam no acervo do Museu Nacional, inclusive alguns meteoros bem conhecidos e famosos. 

1- Meteorito de Bendegó.

    Trata-se de um siderito (rocha metálica), com uma composição de ferro e níquel, pesando cerca de 5,36 toneladas e com mais de 2 metros de comprimento. Sendo o maior já encontardo no Brasil e um dos maiores do mundo. Descoberto em 1784 por Domingos da Motta Botelho, em uma fazenda próxima a Monte Santo no interior da Bahia. Seu transporte foi uma aventura, pois a carreta que o transportava desgorvenou e caiu num riacho chamado de Bendegó, ficando lá por 100 anos. E finalmente quando D. Pedro II ordenou o seu transporte para o Rio de Janeiro. Permanecendo no Museu Nacional desde 1888. 



2- Meteorito Santa Luzia.

   Outro siderito que se destaca, sendo o segundo maior já encontrado no Brasil, assim como o meteorito de Bendegó é também constituido de ferro e níquel, pesando 1,9 toneladas. Encontrado em 1922 na cidade de Santa Luzia de Goiáis (hoje Luziânia), que fora doada pelo município ao Museu.


   3- Meteorito de Angra dos Reis

Este é um belo exemplar de aerólito, que foi avistado na baia da Ilha Grande, pelo Sr. Joaquin Carlos Travassos e dois de seus escravos. O que se destaca nesta rocha é que são acondritos, grupos de rochas que estão entre as mais antigas do sistema solar.


4- Meteorito de Pato de Minas

  Este um siderito encontrado no córrego do Areado, Minas Gerais. Pesando 200 kg, sendo composto por ferro e descoberto em 1925. 



                                                      Mineralogia e petrologia

 Constituindo-se numa das coleções mais aintigas do Museu Nacional, pois remonta desde o século XVIII. Baseado num enfoque didático, onde professores contam com rico material para suas atividades de ensino complementar. Com cerca de 3.326 exemplares mineralógicos  classificado. Sendo o primeiro acervo mineralógico moderno, fato este advém a sua importância histórica. 

Uma coleção composta por exemplares sedimentares, metamórficos e igneos (Nossa me faz lembrar as aulas de Geologia da escola, saudades!). Estes exemplares se destacam pois muitos foram coletados nas primeiras expedições de geólogos e paleontólogos do Museu Nacional à Antártida(janeiro e fevereiro de 2007). Entre as amostras coletadas temos: amostra de cristal romboédrico de quartzo, concreção(rochas que se formam no interior de cavernas), quartzo ametista, topázio.

Algumas imagens destes minerais de grande beleza:


Amostra de cristal romboédrico de quartzo, sobre massa de cristais de turmalina verde. Peça doada ao Museu Nacional pelo presidente Getúlio Vargas, em 1940.

Uma das minhas favoritas, quartzo ametista, uma verdadeira obra de arte da natureza!



Outra que se destaca é a calcedônia, uma variedade de quartzo, também de grande beleza.


O acervo é realmente vasto ainda possui os núcleos de Paleontologia, Antropologia Biológica, Arqueologia, Egito Antigo, Culturas do Mediterrâneo, América Pré-colombiana, Arqueologia brasileira, Etnologia, dois quais se destaca a etnologia indígena brasileira, etnologia afro-brasilera, culturas do pacífico.





                                                              As Imagens

 

     Agora uma pequena parte do Museu Nacional, na época que visitei e tirei algumas fotos deste lugar incrível e que merece retornar em grande esrtilo após sua reforma. 

                          Inicialmente uma vista panorâmica de sua fachada e seu jardim !


 




                                                          Núcleo Paleontologia

     Com respeitáveis 56 mil exemplares e 18.900 registros divididos em núcleos de paleobotânica, peleoinvertebrados e paleovertebrados. Compostos de fósseis de plantas e animais do Brasil e de outros paises, com réplicas, reconstituições , modelos e moldes. A propia pesquisa e coleta de fósseis por si só remonta ao século passado, pois os primeiros fósseis encaminhados a instituição foram escavados no Uruguai em 1826, pelo naturalista prussiano Friedrich Sellow. E nos anos seguintes a contribuição de muitos outros naturalistas estrangeiros que controbuiram para o aumento do acervo do Museu Nacional.




  



Antropologia Biológica 
                               

Uma área de grande destaque é a área de Antropologia, pois como vemos acima temos a reconstituiição de um fóssil considerado o mais antigo das américas. Conhecido como Luzia. Com uma idade de 11.500 a 13.000 anos atrás (Esta é realmente a vovózona). O seus restos mortais foram encontrados na dácada de 70 em uma caverna no sítio arqueológico da Lapa Vermelha, por uma missão científica franco-brasileira, coordenada por Annete Laming-Emperaine e por pesquisadores do Museu Nacional. Sua descoberta foi de grande valor, pois reacendeu o debate teórico sobre as origens do homem americano, onde suas características morfológicas são interpretadas como bastante semelhantes aos povos asiáticos atuais. 




   


                            Imagens realmente impactantes do passado e do modo de vida dos povos antigos da era pre-histórica.          



   Abaixo  Um exemplar de um dos animais empalhados que compunha a coleção do Museu.
 

 
                
















 




                                            
Egito Antigo

 Com cerca 700 itens a coleção arqueológica do Museu Nacional era a maior da América Latina e a mais antiga das Américas, tendo inclusive uma coleção a parte de estelas funerárias, que tive o prazer de ver de perto antes do lamentável incêndio. 


E como se entrássemos numa máquina do tempo.













Etinologia Indígena






Máscara com representação de macaco dos índio Ticunas do séc: XVII/XIX.






  Dicas:

Endereço: Quinta da Boa Vista- São Cristóvão-Rio de Janeiro-RJ;
Telefone: (21)3938-1123;
E-mail: museu@mn.ufrj.br;

Obs: Há previsão de reabertura mesmo que parcial do Museu em 7 de setembro de 2022, quando se comemora o bicentenário de independência do Brasil. A iniciativa do restauro chama-se Projeto Museu Nacional Vive. Uma cooperação entre a UFRJ, a Unesco e o isntituto cultural Vale. Com este Blog fica a miinha homenagem a este Museu que visitei e espero visitar novamente após as obras de restauro, pois é uma perta importante da nossa história. E uma referência.



                                                                

              Referências


  1. ↑ Ir para:a b Grande Enciclopédia Larousse Cultural, 1998, p. 4132.
  2.  «'It was a foretold tragedy'—fire destroys Brazil's National Museum and its prized science collections»Science | AAAS (em inglês). 3 de setembro de 2018
  3.  Agostinho, Michele de Barcelos. «A Revista Arquivos e a Biblioteca do Museu Nacional». Revista do Arquivo Nacional. Consultado em 24 de junho de 2016 [ligação inativa]
  4.  «"É como se fôssemos extintos novamente"»revista piauí. Consultado em 16 de janeiro de 2020
  5. ↑ Ir para:a b G1 Rio. «Incêndio de grandes proporções atinge o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista. Ainda não há informações sobre feridos ou sobre as causas do fogo, que começou após o fechamento do museu a visitantes. Instituição criada por Dom João VI tem 200 anos de história.». G1. Consultado em 2 de setembro de 2018
  6. ↑ Ir para:a b «Incêndio atinge Museu Nacional, no Rio». Terra Online. 2 de Setembro de 2018. Consultado em 2 de Setembro de 2018
  7.  «Incêndio atinge o Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, no Rio». Folha de S.Paulo. 2 de setembro de 2018. Consultado em 2 de setembro de 2018
  8.  Museu Nacional inaugura primeira exposição após incêndio que destruiu acervo no ano passado - Por G1 em 16/01/2019
  9.  Museu Nacional convida para exposição - Por UFRJ em 08/01/2019
  10.  Manifestantes fazem protesto no Rio após o incêndio no Museu Nacional
  11.  O que o Museu Nacional, incendiado em 2018, fará em 2019 com os R$ 85 milhões previstos para sua recuperação - Por BBC News Brasil em 03/01/2019
  12.  «Museu Nacional da UFRJ». Projeto Conhecendo Museus. Consultado em 18 de julho de 2012. Arquivado do original em 28 de julho de 2013
  13.  «Mostra revela como as obras de Von Martius ajudaram a criar a imagem de Brasil que temos hoje»O Globo. 3 de fevereiro de 2017. Consultado em 13 de dezembro de 2018
  14.  «Brevíssima História do Museu Nacional»Diário do Rio de Janeiro. 3 de setembro de 2018. Consultado em 13 de dezembro de 2018
  15. ↑ Ir para:a b «Em 1844, diretor do Museu Nacional já se queixava de condições precárias e falta de recursos»Folha de S. Paulo. 8 de setembro de 2018
  16. ↑ Ir para:a b c «Incêndio atinge Museu Nacional, no Rio - Brasil - Estadão»Estadão
  17.  Jornal Folha de S.Paulo«Incêndio atinge o Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, no Rio. Mais antigo do país, museu tem 20 milhões de itens e apresentava problemas de manutenção». Consultado em 2 de setembro de 2018
  18.  «Incêndio destrói prédio do Museu Nacional no Rio de Janeiro»VEJA.com
  19. ↑ Ir para:a b «Incêndio no Museu Nacional destrói coleções e exposições»Agência Brasil. 3 de setembro de 2018
  20.  Globo News, ed. (3 de setembro de 2018). «Portugal oferece ajuda ao Brasil para reconstruir o Museu Nacional». Consultado em 3 de setembro de 2018

                                                                   Bibliografia






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